Salada de batatas com kani-salmão e creme azedo

*Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que creme azedo é uma coisa boa. Creme azedo ou sour cream nada mais é do que creme de leite com limão, o elemento azedo, no caso. Dá para fazer miséria com creme azedo, tipo combiná-lo com frutas, doces, saladas, e a Nigella me ensinou (ó que íntima, vai vendo) que o creme azedo é per-fei-to para bolos! Lá na frente (no futuro, não neste post) eu falo sobre isso, porque hoje meu creme azedo figurou na salada de batatas.

A minha receita de creme azedo é uma mistura da receita da Nigella com a uma dica de um amigo, que manja: 200ml de creme de leite (fresco ou sem soro) + suco de 1/2 limão bem suculento + 1 pitada de sal, bem batidos no mixer ou no fouet. Depois é levar à geladeira por, pelo menos, 30 minutos antes de servir ou utilizar.

Pronto, faz teu creme azedo, deixe ele lá na geladeira e vamos cuidar do resto da salada.

Há muitas possibilidades de “hidratar” a salada de batatas: apenas com azeite de oliva extraextraextravirgem da melhoooooooorrrrrrrr qualidade, se você quer uma coisa básica e brilhante; com maionese se você deseja pecar, e tá no seu direito; com iogurte (e hortelã), se quer fazer uma linha leve e fresca; com creme azedo se quer uma saladinha mais… glam! Porque vamo’ combinar que creme azedo é uma coisa chique? =)

Mas voltando à salada, aprendi a fazer salada com a minha Tia Nana. A salada dela era incrível e só ela era capaz de fazê-la. Olha que eu faço igualzinha, mas nunca chego nem perto do sabor! Química pura, energia da Nana! Ela cortava cubos grandes de batata e de ovo cozido, ao contrário de todas as outras saladas que eu comia lá fora, em cubinhos pequenos que se dissolviam antes da gente sentir a batata. Com a Nana eu aprendi que salada de batata boa é salada de batata em cubos grandes. E outra: cozidos al dente, porque eu quero morder a batata, e assim como a massa do macarrão e o grão do arroz, a textura dos alimentos precisa ser preservada e não destruída pelo excesso de cocção, se liga!

Então, cozinhe os cubos de batata em água e sal, escorra, dê um choque térmico para parar de cozinhar e deixe esfriar porque se ele for misturado aos demais ingredientes assim quente vai cozinhar o que não deve, porque os demais ingredientes devem ser crus. Enquanto a sua batata está assando, digo, esfriando, tome uma saladeira LENDA (se não tem, vale a pena investir numa saladeira LENDA, principalmente você que é doida por salada, que eu sei – e ainda que não seja, quem serve salada precisa de uma saladeira LENDA) e coloque ali cubos de kani-salmão (ah! não falei para vocês sobre o kani-salmão, né? A Damm lançou essa mistura, que eu posso garantir que é o céu! Não quero mais só kani), aneizinhos de cebolinha verde e cebola branca picadérrima (senão ralada). Quando a batata estiver fria, junte à saladeira, cubra com creme azedo suficiente para o seu gosto de molhadinho, misture com amô roxo essa coisa linda de meu Deus, e por fim, faça um belo zig-zag de azeite de oliva extraextraextravirgemvirgemvirgem para dar um brilho lindo, flor de sal (se tiver, claro, senão convencional – espero que marinho!) e pimenta do reino moída na hora. Mais uma misturada ainda mais delicada e amorosa, e geladeira até a hora de servir, quando você vai dar uma nova hidratada com azeite para ela ficar soltinha e brilhante, porque aquelas saladas de batata que vem em bolotas enormes grudadas na colher são zero glam, e não pode.

* Licença poética a Moraes Moreira e Luiz Galvão, autores de Dê um rolé, que eu conheci pela voz de Gal Fatal.